Uma denúncia cita o pagamento de propina a um ex-vice-prefeito do Vale da Produção e também a um ex-secretário de istração. O processo é um desmembramento da terceira fase da Operação Patrola, que aponta pagamentos de valores superfaturados na compra de trator de esteiras. O MP de Tangará, onde está centralizada a investigação desde 2015, pediu quebra de sigilo bancário dos dois envolvidos e condenação pelo crime de corrupção iva e ativa e fraude em processo licitatório. As informações são da Rádio Aliança.
O caso começou a ser investigado em 2016, quando um representante de uma empresa com sede em Chapecó delatou à Justiça o seu possível acordo com o ex-vice-prefeito e o ex-secretário, e deu detalhes de como entregou os valores. Entretanto, o fato só se tornou público esta semana, quando se abriu o prazo para os acusados se defenderem.
O delator afirmou que compareceu à prefeitura, localizada no Vale da Produção, em 2014, para negociar com os acusados à venda de um trator de esteiras. Conforme a denúncia do MP ao qual o jornalismo da Aliança teve o, “essas manobras fizeram com que a máquina fosse vendida por valor superfaturado de R$ 569.800,00, sendo que o preço médio era de R$ 513.333,33, uma diferença de R$ 56.466,67”.
Para concluir o ato, segundo a acusação, o ex-vice-prefeito e o ex-secretário solicitaram ao delator, que era o representante da empresa na oportunidade, o pagamento de R$ 10.000,00, em duas partes, para poderem direcionar a própria empresa como vencedora da licitação. O Ministério Público apurou que esse valor seria para custear a campanha eleitoral no município naquele ano. Ainda conforme o MP, tanto o ex-vice-prefeito quanto o ex-secretário imploraram ao delator para que o prefeito da época não ficasse sabendo da propina, pois seria uma “pessoa muito séria”.
Valor teria sido reado em envelope na rodovia
A denúncia do MP aponta que o delator entregou R$ 10.000,00 ao ex-vice-prefeito e mais R$ 10.000,00 para o ex-secretário. Para que não houvessem provas, o trio fechou um acordo para que o ree ocorresse no trevo da SC 283, por este local estar longe da cidade dos acusados.
Lá, o ex-secretário teria recebido das mãos do delator um envelope com o montante, sendo que o mesmo fora colocado dentro do porta-luvas do veículo, neste caso um carro particular. No acordo para entrega, o ex-vice-prefeito não compareceu, mas teria recebido o valor posteriormente. O MP designou, durante este processo de investigação, o pagamento dessa propina envolvendo autoridades do Vale da Produção com o nome de “Frete 3”.
O ex-vice-prefeito e o ex-secretário de istração se manifestaram à Justiça no dia nove de maio deste ano através do seu advogado e negaram que tiveram envolvimento no caso. O advogado, que defende a dupla, destacou que não existem provas de que os acusados tenham “perpetrado os delitos” e que eles não participaram das negociações e muito menos da entrega de valores.
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